É preciso começar a enxergar os espaços pelos olhos do idoso. Só assim, garantimos segurança e bem-estar em todas as idades.

A população brasileira está envelhecendo. E isto é um fato conquistado graças ao avanço da medicina e da tecnologia.

Para você ter uma ideia, a partir de 2030, o Brasil terá mais velhos do que jovens. Em 2050, a população acima dos 60 anos será o dobro em relação às crianças e adolescentes com menos de 14 anos.

E o que será que as cidades brasileiras estão fazendo para se preparar para isso? Afinal, os espaços públicos precisam ser inclusivos e proporcionar bem-estar para todas as faixas etárias.

Para que isso aconteça, no entanto, é fundamental que as cidades sejam acessíveis. E essa é uma realidade ainda bastante distante da que estamos acostumados a vivenciar atualmente.

Cidade acessível é aquela que não exclui ninguém

Você já parou para observar como é o estado das calçadas do seu bairro?

Pois saiba que o simples fato de a cidade oferecer calçadas com pavimentação uniforme, sem degraus e bem arborizadas já contribui muito para a inclusão do idoso. Afinal, esse é um cuidado que preza pela segurança dessa população.

Quando a calçada não é adequada, as chances de acidentes são maiores. Especialmente na terceira idade, em que o equilíbrio fica mais comprometido.

Além disso, ao sofrer um acidente do tipo, o idoso fica mais inseguro. Com isso, ele tem medo de sair na rua e passa a se isolar ainda mais em sua casa.

Travessia segura e banheiros públicos

Outro ponto importante para melhorar a mobilidade e o acolhimento do idoso são as travessias. Os semáforos precisam contar com faixa de pedestre bem sinalizada e com um tempo adequado à marcha do idoso.

Ainda há um detalhe em que poucas pessoas prestam atenção. É comum na terceira idade problemas como incontinência urinária e fecal. Portanto, sair de casa sem saber quando será possível encontrar um banheiro pode ser um grande impeditivo para o idoso.

No Brasil, é Lei desde 2004 que todos os espaços públicos tenham sanitários. Ainda assim, é muito difícil de encontrar banheiros públicos e, principalmente, de fácil acesso para a terceira idade.

Além disso, não existem hospitais públicos e metrôs em todos os bairros. O que faz com que apenas determinadas regiões sejam mais inclusivas e, outras, bastante perigosas para os idosos.

Arquitetura pensada como um todo

Infelizmente, uma das grandes realidades atual do idoso é encontrar problemas de locomoção e insegurança dentro e fora de casa.

Enquanto as ruas não são pensadas para garantir a mobilidade de todos, as construções também deixam muito a desejar. Afinal, não é incomum encontrarmos prédios com problemas de infraestrutura, como espaços mal integrados e escadas demais.

Enquanto os jovens conseguem driblar esses problemas, eles geram ainda mais desafios na terceira idade. Fazendo com que o idoso se sinta desconfortável dentro da sua própria casa.

Infelizmente, mudar esse cenário ainda pode levar alguns anos. Por isso, é preciso começar a enxergar o mundo pelos olhos dos idosos. Assim, será possível reinventar as construções e repensar os espaços.

Será que a cidade está pronta para nos acolher daqui uns anos?